Brasil registra queda de 11% nos assassinatos no primeiro trimestre do ano

Publicado em 31/05/2021 10:38:15
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O Brasil teve uma queda de 11% nos assassinatos nos três primeiros meses deste ano na comparação com o mesmo período de 2020. É o que mostra o índice nacional de homicídios criado pelo site G1, com base nos dados oficiais dos 26 estados e do Distrito Federal.

Em janeiro, fevereiro e março, foram registradas 10.663 mortes violentas, contra 12.007 no primeiro trimestre de 2020. Ou seja, 1.344 a menos. Estão contabilizadas no número as vítimas de homicídios dolosos (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte.

A queda acontece após um 2020 violento, mesmo com a pandemia do coronavírus. No ano passado, o País teve uma alta nos assassinatos após dois anos consecutivos de queda. Agora, apenas cinco estados contabilizam uma alta: três no Nordeste (Maranhão, Paraíba e Piauí) e dois no Norte (Pará e Roraima).

O que dizem os especialistas

Para Bruno Paes Manso, do NEV-USP, as variações circunstanciais levantadas pelo Monitor da Violência servem mais para levantar perguntas do que para indicar respostas.

“Será que a tendência de queda vai permanecer ou vai ficar restrita ao primeiro trimestre? Não custa lembrar que esse trimestre está sendo comparado com dois meses do ano passado que não registraram epidemia. Em compensação, no ano passado, apesar da pandemia, os homicídios cresceram. Os governos estaduais tiveram algum tipo de iniciativa importante? Por que, apesar do aumento de armas em circulação, essa redução foi identificada?”

Segundo ele, três meses é pouco tempo para identificar uma tendência. “Caso a curva permaneça em queda, será uma boa notícia que ainda exigirá debate e reflexão para identificarmos as causas.”

Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, afirma que a redução dos assassinatos no 1º trimestre de 2021 é notícia a ser comemorada, mas ressalva que ainda é cedo para avaliar se há, de fato, uma tendência.

“Os homicídios vinham crescendo até janeiro deste ano e fevereiro do ano passado foi marcado por um enorme volume de homicídios em decorrência da greve da PM no Ceará. Temos que acompanhar estes números de perto para compreender quais os determinantes para a redução das mortes violentas nos últimos dois meses, bem como compreender o impacto da pandemia nas dinâmicas criminais.”