Lei que revoga estacionamento rotativo pago divide opiniões em Santo Ângelo

Publicado em 27/09/2021 10:31:14
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A comissão de Constituição e Justiça da Câmara de Vereadores de Santo Ângelo avalia a proposta de revogação da Lei 3.552, que instituiu o estacionamento rotativo pago no município. Na iminência de completar seus dez anos, a Lei - publicada em 27 de setembro de 2011 - é controversa e ainda não tem apoio total da população. Nove, em cada dez pessoas consultadas em áreas centrais do município tem algum tipo de reclamação com relação ao estacionamento.

A grande maioria no tocante ao tempo de tolerância, de dez minutos e, outra parte, com relação ao destino dado ao dinheiro arrecadado. Para a população a renda do estacionamento rotativo pago, ou pelo menos parte dela, deveria retornar em benefícios para o trânsito, como melhoria nas ruas e avenidas das áreas centrais.

No último dia 13, o vereador Osvaldir Ribeiro de Souza, o Vando, propôs um projeto de lei que revoga a Lei 3.552. A justificativa do vereador é que precisa haver uma nova discussão com a comunidade a respeito do assunto. Cabe ressaltar que o contrato de concessão para a empresa administradora do esta cionamento rotatitvo pago, a Rek Parking, termina em novembro deste ano, quando uma nova licitação deverá ser aberta, caso a proposta de revogar o serviço não passa na Câmara.

Quanto custa

O valor do estacionamento rotativo pago é a primeira reclamação dos santo-angelenses. São disponibilizadas quatro opções de valores e tempo nos parquímetros: R$ 1,00 - para 30 minutos; R$ 2,00 - para uma hora; R$ 3,00 - para uma hora e trinta minutos  e R$ 4,00 - para duas horas. O limite máximo de permanência no local é de duas horas. Porém, muitos usuários podem mudar o local e continuar utilizando o estacionamento rotativo pago em outro ponto. Já, se deixar o local antes do tempo previsto acabar, o veículo pode ser estacionado em outro local com o mesmo volante de estacionamento.

O preço do estacionamento em Santo Ângelo é 100% superior ao praticado em Ijuí, por exemplo, sendo apontado como o mais caro da região.

Análise

Para o especialista em gestão, Paulo Spinato, existem vários pontos a serem observados na gestão do tempo dos estacionamentos: é sabido que em qualquer cidade onde não há o estacionamento pago as vagas existentes acabam sendo ocupadas pelos proprietários e equipe dos próprios estabelecimentos comerciais/serviços. "Eles são os primeiros a chegar aos locais de estacionamento rotativo, então deve haver um limite e um fator moderador de tempo", disse.

O povo fala

Você é contra ou a favor do estacionamento rotativo pago em Santo Ângelo? Porque? "Sou contra. Todos nós temos direito de usar os estacionamentos. Além disso, atrapalha o movimento dos lojistas". Sirlene de Jesus Britto.

"Acho que não há necessidade de pagar mais uma taxa. Ainda mais neste período, em que a inflação torna tudo tão caro". Gustavo Lopes, estudante.

"Sou contra porque não fica nada deste dinheiro para o município". Vilmar Lopes.

"Acho que existem muitas quadras com cobrança. E o tempo é muito curto, deveria ser de 15 minutos". Agostinho Casarin, empresário.

"Estou chegando ou saindo de algum lugar. Não dá para deixar o veículo uns minutinhos, pois podemos ser multados. Complica demais. Além disso estacionar longe do serviço prejudica bastante". Mateus Gomes, vendedor externo.

"Se usassem o dinheiro que arrecadam para melhorar as ruas eu seria super a favor. Mas tem lugares horríveis para circular, a tarifa aumenta e não tem retorno para a população". Pâmela Trevisol Persigo - química industrial.

"Eu gosto, pois a gente vem do interior e consegue estacionar no centro. Só acho o valor exessivo. Em Ijuí é R$ 1,00 a hora. Também acho o tempo de tolerância muito curto. E sempre fica a pergunta: para onde vai o dinheiro arrecado, já que as ruas são uma vergonha. Marlice Forgiarini - agricultora.


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Crédito: Grupo Sepé